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Resenha - As Cobras - Antologia Definitiva, Luis Fernando Verissimo



Já tinha lido algumas das tirinhas de Verissimo, As cobras, contudo a Antologia Definitiva (Objetiva, 2010, 198p.) descreve toda a irreverência dessas pequenas personagens.


Elas são de tudo um pouco, são existencialistas, jogam futebol, confrontam Deus e o poder político, mostram o mundo aos filhotes minhocas... Elas são históricas e fazem ótimas combinações literárias... Divertem seja na praia ou no espaço e são filosóficas.



Verissimo declara que as tirinhas são resultado de sua paixão pelos quadrinhos com as limitações de desenhistas. Quanto ao texto ele consegue arrancar boas risadas de seu leitor ao tratar assuntos do cotidiano humano e do nosso país.

“...Cobra é muito fácil de fazer, só tem pescoço. Elas começaram no Zero Hora, de Porto Alegre. Era tempo da censura, e muitas vezes se podia dizer com desenhos o que não dava para se dizer com textos. As Cobras dão palpite sobre tudo, mas prefiro as Cobras filosóficas, comentando a insignificância dos répteis – incluindo os répteis humanos – diante do Universo.” - Luis Fernando Verissimo.



As personagens do autor que se consagrou na literatura contemporânea em diversos momentos apresentam sentimentos muitas vezes reprimidos por nós humanos, mas também possuem uma coragem e conhecem o mundo onde moram.


O livro possue 198 páginas com um excelente acabamento e a leitura é fluída que seu leitor embriagado nas risadas nem percebe o decorrer das aventuras dessas Cobras.  

Por R.S.Merces

3 comentários:

  1. Mesmo com as ''limitações de desenhistas'' do Veríssimo, as tirinhas dele é uma das minhas preferidas. Sempre leio elas, mas o livro Antologia Definitiva eu ainda não tenho :(

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  2. Ador os livros do Verissimo, esse eu ainda não conhecia mais já quero.
    Beijos.

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  3. LÁGRIMAS DE SANGUE

    Por becos, ruas e vielas ela caminhou madrugada a fora buscando incessantemente aquele que a humilhou. Em botequins imundos e prostíbulos ela passou na esperança de encontrá-lo e assim, saciar sua sede de vingança.
    ...E aos acordes de um velho bandolim, um pedinte balbucia uma estranha canção.
    Em meio a olhares estranhos, ela atravessou uma longa avenida.
    Diante de um bordel, um grupo de homens e mulheres embriagados chamaram-lhe a atenção.
    Ela se aproximou e subitamente reconheceu aquele que tanto procurava.
    O sujeito percebeu, se assustou, e ao tentar fugir acabou alvejado com um tiro nas costas! O sangue derramado escorreu lentamente pela guia...
    Pacientemente, ela assistiu ao espetáculo proporcionado por aquele corpo que agonizava.
    Finalmente vingada, ela deixou escapar um sorriso frio entre os lábios, enquanto se afastava.
    ...E novamente os acordes de um velho bandolim se fizeram ouvir.

    (Agamenon Troyan)

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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