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Resenha - Toda Poesia de Augusto dos Anjos




Augusto dos anjos, com estudo crítico de Ferreira Gullar

Quando recebi Toda a Poesia de Augusto dos Anjos, 320 páginas, pela parceria com o Grupo Editorial Record, tive duas emoções distintas.
A primeira, a alegria de ter em mãos a antologia de Augusto dos Anjos, um de meus autores favoritos. A segunda, o pavor de resenhar tamanha grandiosidade, tarefa para a qual eu certamente não estou qualificada.
Pensei em jogar aqui uma poesia qualquer do livro, e deixá-los compreender por vocês mesmos o nível de coisa com a qual se está lidando.
Achei indigno.
Augusto dos Anjos é visceral, pungente e magistral. Além do que posso descrever, muito além da minha pouca habilidade gramatical e ainda mais rasa semântica.
Mas eu sou muito boa em sentir. Sinto com a empatia de um mutante que ao tocar alguém lhe sente as dores.
E Augusto é a pura dor da existência, de ser, de ter de estar, de permanecer. E se há poesia em algum lugar, este lugar é a dor.
As dores da alma que afligiam Augusto dos Anjos lhe iluminam a poesia. A melancolia e descrença na humanidade pontuam sua poesia.
Tendo publicado em vida apenas o livro “Eu”, incompreendido e sem reconhecimento durante a vida, hoje é um dos expoentes de nossa poesia, e a antologia apresenta muitos textos nunca publicados do poeta.
A nova edição é belíssima, mas como sempre aponto, acho que merecia uma capa dura. É daquelas obras que vai sem dúvida andar para cima e para baixo com o dono, entrar e sair da estante, e merecia proteção mais reforçada.
No mais, deixo aqui um dos poemas de Augusto dos Anjos, considerado por quem entende, pertencente à sua fase mais forte e bem desenvolvida.

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
 Sofro, desde a epigênese da infância,
 A influência má dos signos do zodíaco.
 Profundissimamente hipocondríaco,
 Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
 Já o verme — este operário das ruínas —
 Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!






13 comentários:

  1. Olá,

    Eu não conhecia o autor e não sou muito ligada a poesia, apesar de estar querendo mudar isso. Fiquei muito interessada no livro, parece ser tão lindo e tocante. Estou querendo investir em poesias e acho que esse vai ser o primeiro livro que vou adquirir. E sua resenha ficou excelente, eu não sei se conseguiria escrever uma palavra se fosse o meu caso haha. Fico feliz que sua leitura tenha sido proveitosa.

    Abraços
    colecoes-literarias.blogspot.com.br

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  2. Oi, tudo bem? Eu não sou uma pessoa ligada a poesia e nem conhecia o autor, mas achei bem interessante o livro e ele seria ideal para presentar um amigo que adora.

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  3. Oii!
    Não conhecia o autor, porque na verdade não gosto muito de poesia. Mas só por essa poesia podemos ver o quão lindo deve ser o livro!

    Vitória, www.vicio-de-leitura.com

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  4. Olá, eu já li alguma coisa do autor, embora não me recorde exatamente o que, interessante a obra para quem quer conhecer melhor os escritos de um autor tão marcante para a literatura.

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  5. Oi Amanda
    Sua resenha ficou otima.
    Eu nunca li nada de Augusto dos Anjos, mas pelo que vi é realmente muito bom. Eu não sou tão boa com as palavras hehe mas espero quem sabe compreender um pouco dos sentimentos que ele nos passa. Vou procurar ler.

    Beijos
    http://aventurandosenoslivros.blogspot.com.br/

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  6. Eu não sou muito leitora de poesia, mas tenho amigos que gostam e que iriam se apaixonar por essa leitura.

    http://laoliphant.com.br/

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  7. Oie
    minha amiag está muito nessa vibe de ler poesia e ela iria amar a obra, então vou indicar o livro e a resenha, espero que ela curta

    Beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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  8. Olá Amanda gosto muito de poesia e não conheço ainda esse autor, mas a poesia que li gostei bastante. Dica anotada.bjs

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  9. Olá, gosto de poesias, mas ainda não conhecia essa obra. Fiquei curiosa pela leitura e já anotei a dica!

    Abraços

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  10. Olá!
    Eu nunca li nada de Augusto dos Anjos, pois tenho que confessar que não sou muito apreciadora de poesias. Admiro que gosta e bato palmas, mas, infelizmente não tenho a sensibilidade pra encontrar poesia na poesia... se é que me entende. Feliz que tenha gostado e mais ainda que tenha transmitido essa emoção para seu público.
    Parabéns
    Ni
    Cia do Leitor

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  11. Oiii
    Que livro lindo! Não sou o muito fã de poesia, mas deve ser um ótimo livro para quem hosta.Assim como você
    Bjus

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  12. Olá! Que lindeza de poesia você escolheu! Adoro poesias dessa forma, tão fortes, dramáticas e viscerais... Vou me arriscar a ler algo desse autor clássico, que sempre adio devido ao medo de sua complexidade.
    Valeu a sugestão!
    Beijos!

    Karla Samira
    http://pacoteliterario.blogspot.com.br/

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  13. Oi Amanda, tudo bem?
    Recentemente eu estava estudando Augusto dos Anjos e achei ela um autor bem interessante, mas como não leio poemas, deixo a dica passar.

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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