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Resenha - O Poço, Léo de Oliveira

 


Uma opinião de Leonardo Nóbrega, que ninguém pediu

 

As paixões surgem de formas misteriosas, principalmente quando não procuramos, quando estamos distraídos sem pensar em nada, sem se dar conta em um passeio na praia, em uma cafeteria, numa festa ou até em uma feira de livros de repente bum! Ali está ela. Foi o que aconteceu comigo.

 

Léo & Léo associados kkkkk

Caminhava distraído pelo paraíso (leia-se estandes de livros) quando ela me fisgou. Seu tubinho preto, seus brincos de prata e o medalhão meio exotérico chamavam a atenção, mas o que me prendeu foi o seu conteúdo, o seu interior. A sua essência de uma tristeza tocante e ao mesmo tempo esperançosa capturou o meu ser. Sim. Aquela brochura – O Poço, do autor Leo Oliveira – estava ali, naquela prateleira, esperando por mim. Só por mim!


Dizem os bruxos das letras que alguns livros abrigam espíritos ancestrais em suas páginas, que eles têm o poder de escolher seus leitores, são livros que se jogam nas nossas cabeças sem explicação lógica. O Poço é uma dessas raridades por quem somos escolhidos, foi assim comigo. Dentre os milhares de títulos expostos na Bienal do Livro do Ceará de 2017 ele me fisgou. 

Depois de acariciar cerimonialmente a capa e inalar a mistura de papel e tinta, como todo bom leitor, abri em uma página aleatória e lá estava Palador


Quatro linhas mágicas, de uma profundidade abissal e empatia sinistra, doída. Ele foi comigo para casa e lá, me dei o prazer masoquista de ler lentamente, ao ritmo de uma página por dia, um poema por dia. Foram shots diários de embevecimento, de arrebatamento, de açucarado sofrimento identificatório que começou na Beira do Poço e se prolongou impetuosamente durante a Queda, até chafurdar no mais escuro e lamacento Fundo.


Por todo o livreto enfeitiçadas palavras inspiradoras mostram que não existe solidão no fundo do poço, centenas de almas o visitam todos os dias para meditar e voltar a beira mais fortes. Por vezes, desejei que aquele pudesse ser o tal fundo falso que tanto se fala, debaixo do qual dezenas de poemas tristes e corrosivos, porém, estranhamente reconfortantes, estariam escondidos esperando para serem revelados a quem fosse merecedor.

 


O Autor: Léo de Oliveira é Poeta, Ator, Cantor e nas horas vagas abrilhanta obras com seus traços de Design Gráfico (Visite seu instagram @aoleu7 ).

SOBRE O RESENHISTA 



11 comentários:

  1. Olá!
    Eu ainda não conhecia o autor e sua obra e gostei da sua história como acabou conhecendo o livro. Eu não tenho muito conhecimento e até mesmo afinidade com livros que tenham uma pegada esotérica (em alguns momentos foi a impressão que eu tive ao ler seu texto mesmo que as fotos do texto do livro passem outra impressão) e ainda assim me vi curiosa para conhecer as palavras de Léo.
    Espero que em breve tenha mais bienais presenciais para quem novos autores sejam descobertos.

    kzmirobooks.com

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  2. Oi Lilian, sua linda, tudo bem?
    Amei o texto dele. Achei muito divertida a maneira como ele se referiu aos livros. Ele chegou a me enganar, pensei que estava descrevendo a roupa e acessórios de uma mulher, por quem ele foi atraído e ledo engano, era a capa de um livro, risos. Os trechos desse livro realmente nos tocam.
    beijinhos.
    cila.

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  3. Oioi! Adoro esse tipo de poesia que é como um mergulho ou uma queda, que nos deixa num tipo de desamparo bom porque é um desamparo por identificação. Pelos poemas que pude ler na sua resenha, parece mesmo um livro incrível! Com certeza vou procurar. Abs!

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  4. Eu já li algumas resenhas sobre obras desse autor, e realmente são fantásticas. Eu não curto muito poesias, mas concordo com a teoria dos bruxas da letras, rs. Alguns livros realmente escolhem os leitores.
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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  5. Adorei conhecer o autor e a sua obra, que bom que você trouxe mesmo depois de 3 anos! A poética dele é bem interessante, embora simples. Curti bastante!

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  6. Aaah que trechos lindos, aliada a opinião de Leonardo, só aumentou a vontade de conhecer esse livro.
    Tu sabe que amo poesia. Os cearenses são incríveis nas artes do verso.

    Tschüss 😘

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  7. Mais uma dica anotada na minha lista, parece ser um livro incrível e reflexivo. Fiquei bem curioso para ler os textos poéticos do autor.

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  8. Caramba, adorei conhecer sua história com a obra do autor, e como foi desfrutando aos poucos (e masoquistamente) cada poema. Arrasou no seu post, pois me senti fazendo parte da sua história de encontro e descoberta do livro. Fiquei muito interessada em conhecer...
    Abraços

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  9. Que coisa mais linda! Aiaiai! As paixões! Simm, pois elas nos fisgam de jeito, sem ao menos esperarmos e, pra mim, aí que está a graça e a força da coisa! Ainda mais essas paixões literárias que nos prendem! Perfeita a sua dica! Estou fascinada com o belo uso das palavras do autor! Aí, consigo bem te compreender! ;)
    Abraços!

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  10. Que máximo essa oportunidade de conhecer melhor o autor e essa obra poética. E fiquei curiosa por todo o livreto enfeitiçadas de palavras inspiradoras. É uma ótima forma fantástica para se descrever a magia que acontece nesse ato, realmente!

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  11. Oi, tudo bem? É incrível como autores são tão talentosos. Acredito que nosso relacionamento com os livros é semelhante um romance. Sempre tem aquele que nos conquista num primeiro olhar. Já outros passam dias na prateleira e só então nos damos conta de sua presença. Outros ainda nos encontram quando mais precisamos de uma palavra amiga, de uma orientação, ou mesmo aprendizado. Um abraço, Érika =^.^=

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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