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pergunte pra uma mulher / Caio Bulla

 



pergunte pra uma mulher

 

um homem que tem razão

pode, ele tem razão

explicar, interromper

dizer o que quer dizer

pode, ele tem razão

 

um homem que tem razão

com razão pode também

decapitar a medusa

ele pode, ele tem

e usa a razão tão bem

 

mas que a medusa seja hidra

e de cada cabeça partida

nasçam outras mais: duas, três ou sete

pois da rês do homem e sua razão

a melhor guarnição é pão e vinagrete

 

 

no primeiro dia de conflito armado

 

no primeiro dia

de conflito armado

somos capazes

de acolher refugiados

em nossos lares

no fim do mês

queremos assistir

notícias frescas

passamos a exigir

ajuda nas despesas

 

a barbárie

repetida

bem passada

c'est la vie

não tarda

é digerida

 

 

comprimidos sublinguais

 

meus poemas enfim

comprimidos sublinguais

 

uns aceito o custo

e cuspo

 

outros sinto o gosto

e dissolvo

 

dentro de mim

meus terminais

 

Sobre o autor:

Caio Bulla nasceu em 1991, em Maringá-PR. Graduado em Direito, é servidor público na cidade de Palmas. Seu livro de estreia, “afiado, asfixiado, aficionado” está em pré-venda pela Editora Folheando. 

Redes sociais: facebook / Instagram (@caiobulla)


7 comentários:

  1. Oi, tudo bem? Não conhecia o autor mas gostei bastante de suas palavras. Achei legal também ele ser do Paraná, amo muito esse estado. Um abraço, Érika =^.^=

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  2. Que pungentes esses poemas! Gostei mais do Comprimidos Sublinguais.
    Desejo sucesso e muita criatividade na carreira para o autor.
    Abraços

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  3. Caramba... o cara é bom, visse?
    Em especial esse segundo poema... visceral

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  4. No primeiro dia de conflito armado me pegou e doeu, pois vejo quão real isso é, e quão doloroso e cruel soa mesmo em poesia, mesmo sabendo seu peso e verdade.

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  5. Nossa que artigo fantástico, por isso que estou quase todos os dias visitando e lendo seus artigos. Sempre tem conteúdos interessantes e de qualidade.

    Beijos !!

    Meu Blog: Loterias On

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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