Pensar em 2022 pelo olhar da retrospectiva

Há muito tempo que não escrevo aqui sobre mim, algo pessoal, mas pensar em 2022 pelo olhar da retrospectiva, me faz querer um pouco mais, mesmo com as pedras no caminho que sempre se fazem presentes. Isso, contudo, não altera o fato de o quanto este ano foi decisivo em minha vida pessoal e profissional, se bem que elas não se separam. Resumirei este pequeno diário aos acontecimentos no âmbito literário, visto que sou escritora. A princípio, fui selecionada com um poema na antologia ‘Ser, nascer e desnascer (enquanto mulheres) ’, Editora Primavera. O que não se tornou um evento isolado. Logo depois, recebi o resultado do Prêmio Uirapuru 2021, ganhei em primeiro lugar com o livro Cassandra, obra que fora escrita há quatro anos e levou mais quatro anos de minha vida sendo materializada. Poucos meses depois, saiu o resultado da editora Libertinagem e lanço meu primeiro livro de poemas físico, Nada Fez Sentido Depois Que Parti. E não menos importante e profundamente estimulante, fui selecionada para compor três antologias da editora Toma Aí um Poema: Antologia Uma Mulherzinha, Não. Um Mulherão; Antologia Outros 500: Não queremos mais o quinhentismo; Antologia LGBTQIA+ O Amor é gigante. Cada resultado foi recebido com entusiasmo do primeiro livro publicado (isso foi em 2011), um fôlego no trabalho como escritora. Agradeço a cada pessoa que comemorou e que hoje aprecia cada um desses livros. Sigamos para um 2023 com mais literatura e mais oportunidades para escritores. Opa, não posso esquecer do mais importante, demos um grande passo contra o fascismo...

Sinopse: 

"Depois que se torna puta, certos pudores se esvaem. Meus pais não eram anjos, tinham sexo, e elevar esse à consciência, em vez de tormento ou culpa, servia de muleta. O passado é seguro, já o conheço, o revirei, revisitei, de modo a não o deixar partir como o vento que bate em meu rosto.

Mas o futuro é uma linha imaginária no presente e isso causa pânico. Não tem como controlar minha história. A ideia de criar é tão caótica e necessária que pouco sei se respiro ou morro. Apenas sigo, amedrontada, com minhas próprias muletas.

Recolho em mim meus pertences que dizem respeito a minha história e ao contorno de pessoas que vivenciei. Pedaços de mim e dos outros que dão as chaves do grande mistério. Há nisso uma condição humana que me liberta da agonia da vida e invade espaços desagradáveis."

Sinopse: 

‘Nada fez sentido depois que parti e outros poemas’ é um livro que um dia já foi um papel em branco, mas hoje é um mundo de densidade que transborda calmaria e alvoroço, bem como um encontro do coração com todos os sentimentos que podem caber nele que pode ir da firmeza a quietude, construindo uma aliança entre o leitor e o texto. (Magali Polida)

Sobre a autora:

Lilian Farias é mulher, feminista, escritora, professora. Formou-se em Letras/Português pela UPE- Universidade de Pernambuco. Escreveu o romance O céu é logo ali e Mulheres que não sabem chorar (Giz Editorial), o livro de poesias Rito Serpente (Amazon) e de contos, FOME (Amazon). Ganhadora do prêmio Uirapuru 2021, categoria romance, com o livro Cassandra Editora Folheando. Selecionada para coletânea Ser, Nascer e Desnascer (Enquanto Mulheres),2021, Primavera Editorial. Selecionada para publicação do livro de poesias Nada Fez Sentido Depois que Parti, editora Libertinagem (2022); Antologia Uma Mulherzinha, Não. Um Mulherão, editora Toma Aí um Poema (2022).