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Resenha - Sal, Letícia Wierzchowski



Cecília tece, Flora escreve e o Farol sente.

Um tapete de memórias ganha vida e cores nas mãos da mãe, cores que representam o marido e os filhos. Enquanto isso um romance rompe a imaginação de Flora e ganha forma. A escrita é poderosa e assusta à própria que passa madrugadas em delírios criativos.

“Tome cuidado com aquilo que você escreve para que não se torne realidade. Certas coisas têm vida própria...” pag. 89

Quando começa e termina essa história? A quem ela pertence? São perguntas inconclusivas para o universo nada linear das personagens de Sal da autora gaúcha Leticia Wierzchowski. Publicado pela editora Intrínseca, o romance chega em uma nova fase da editora e promete alcançar novos leitores.

O enredo gira em torno de toda a prole da família Godoy, residentes na ilha de La Duiva debaixo do farol. Por anos, Ivan cuidou do amigo que sinalizava às embarcações. Depois de morto, o pai de seis filhos, deixou o farol enlouquecido. Ele sentia e mesmo sendo uma “coisa” tinha com ela um gênio e uma saudade, Cecília afirmava isso e compartilhava a perda do grande amor de sua vida.

As duas, mãe e filha, Cecília e Flora. Uma dona de linha de fios, tecendo como a mulher de Ulisses e outra pronta a preencher folhas limpas e mortas. Talvez tomemos como base a narrativa de ambas para criarmos uma linha para o decorrer dos fatos. Contudo, é da família Godoy que a autora pretende nos contar e enquanto os filhos ganham vozes vamos construindo a história junto delas.  

Devido em três partes, Wierzchowski atribui a outros membros da família a obrigação de contar, entregar ao seu leitor as felicidades e as tragédias que cercam os Godoy. Resumindo, poderíamos dizer que Sal é a resposta dessa constante necessidade que temos de relatar os sentimentos que nos rodeiam. E claro, os vínculos construídos em família.

Leticia Wierzchowski cria uma narrativa singular, uma nova experiência ao leitor acostumado com aquele “começo, meio e fim” tradicional da literatura. Ela nos confunde, escreve milhares de sentimentos em pouquíssimas páginas e tem o poder de conquistar diversos leitores.

Imprudente seria falar sobre seus (quantos personagens?). Poucas palavras transformariam a resenha em um setor de spoiler indiscriminados.

Por fim, a obra é recomendada a todos os leitores, desde os mais novos e atentos às traduções da editora Intrínseca ao conhecedor dos universos da autora.



Por R.S.Merces 

5 comentários:

  1. Ain tenho muita vontade de ler "Sal" mesmo que pela sinopse não dê pra captar muita coisa da história, essa capa é cativante e dá muita vontade de ler o livro! QUe bom que você gostou :)
    beijos!!

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  2. Realmente devem ser muitos personagens no livro.
    Ainda não tive a oportunidade de ler, mas quero muito conhecer a família Godoy e sua histórias.

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  3. Muito legal o modo que esse livro deve ser escrito e divido em parte contada por membros da família o que aconteceu com eles. A capa não foi muito chamativa para mim, mas o título e a sinopse sim.

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  4. muito bom mesmo, gostei bastante da resenha , parece ser muito intrigante, estrutura diferente, convidativo

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  5. um livro diferente e bem interessante, gostei muito da maneira como a resenha foi escrita, curti muito

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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