Header Ads

Graça Graúna - Escritora Indígena
















Graça Graúna é o pseudônimo de Maria das Graças Ferreira. Escritora, potiguar de São José do Campestre (RN). Formada em Letras pela UFPE, a autora defendeu dissertação de Mestrado sobre Mitos Indígenas na Literatura Infantil brasileira, em 1991. No ano de 2003, defendeu tese de Doutorado sobre Literatura Indígena Contemporânea no Brasil.  


Professora adjunta em Literaturas de Língua Portuguesa e Cultura Brasileira na Universidade de Pernambuco - UPE - Campus Garanhuns, onde coordena o Núcleo de Estudos Comparados em Literaturas de Língua Portugesa - NESC; o Projeto de Capacitação em Literatura e Direitos Humanos, junto ao MEC/SEACD/UPE e o Curso de Especialização para Professores Indígenas, da UPE em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco.

Colaborou em jornais e revistas do Brasil e do exterior, entre eles: o Arte e Palavra (Sergipe),Suplemento Literário do Minas (BH) e o Jornal de Letras (Lisboa).

Graça Graúna vê em Rilke, Florbela, Oswald de Andrade, Bandeira, Joaquim Cardoso, Drummond e Garcia Lorca, entre outros, as maiores expressões poéticas do nosso tempo. 



Membro do grupo Escritores Indígenas. Filha do povo guerreiro Potiguara, nasceu em São José do Campestre, no Rio Grande do Norte.  Publicou as seguintes obras:

1 – Canto Mestizo – (poesia), Rio de Janeiro: Blocos Editora, 1999



É fascinante como a autora fala da terra e desperta em  nós o verdadeiro sentimento da Pátria, não essa mencionada em chavões ufanistas nas escolas, em aulas de educação moral e cívica, ou na tevê, nos horários grauitos de propaganda eleitoral. Uma outra, capaz de nos fazer mergulhar em um nativismo autóctone, enfraquecido por uma prática de vida tão "civilizadamente" predatória.

2 – Tessituras da terra (poesia), 2 ed. Belo Horizonte: M.E Tânia Diniz, 2001.

3 – Tear da palavra (poesia). Belo Horizonte:  M.E Tânia Diniz, 2007.


4- Criaturas de Ñanderu. Barueri – SP: Manole, 2010.



Um emocionante conto indígena escrito por Graça Graúna no qual uma garota com nome de pássaro, ao tornar-se adulta, ganha asas e sai de sua tribo para conhecer a cidade grande.


Textos:

Sempre-viva

Lá,
no esconderijo
vivia uma certa menina
meiga
doce
Sempre-viva-Coralina
Na casa velha da ponte
igual à cabocla velha
à margem do Rio Vermelho
a menina de trança
meiga e mansa
igual à Nega Fulô
carente de alforria
Meiga, mansa
Cora Coralina
carregou dentro de si
amarga e doce poesia
tecida no esconderijo
de todas as vidas
nos becos
Sempre-viva



Reinventar

A pena desliza
sobre o papel.
As palavras voam.




Da humanidade levada pelas águas

(Em memória de Aylan Kurdi)
Viver é perigoso,
o poeta dizia.
Assim mesmo insistimos
em fazer a travessia.
Viver é perigoso,
mas seguimos
vestidos de coragem
na ânsia de encontrar
o olhar generoso
o abraço apertado
a mão amiga
que acolham os nossos sonhos...
Em meio à travessia
a humanidade
é levada pelas águas
e tudo que me fica
é uma tênue esperança
que se alastra pelo mundo
nos sonhos do pequeno anjo
de asas partidas.

Apesar das muralhas
e dos arames farpados,
o direito à Paz nos aproxima.
Viver é perigoso,
mas insistimos....

  
Fonte:


26 comentários:

  1. Ola!!! Adoro vir no seu blog, pois aqui encontro livros, contos e textos de autores que não conhecia! Este primeiro texto é lindo e as ilustrações são detalhadas e lindas!

    Beijão da Lari!
    Brilliant Diamond |Fan Page

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Larissa, grata pela leitura dos meus escritos. Agradeço muito a Lilian Farias a divulgação do pensamento indígena. Paz e bem, Graça Graúna

      Excluir
  2. Olá,

    Recentemente eu tenho visto várias pessoas escrevendo a respeito de livros indigenas, com diversos contos, lendas e etc. Minha curiosidade só aumenta, porque gostaria de ter um contato maior com essa cultura. Não conhecia a autora e adorei as defesas de dissertação dela, pois é muito inovador. Espero poder conferir alguma obra dela em breve.

    Abraços
    colecoes-literarias.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Viviane: peço licença a Lilian Farias pra dizer obrigada pela leitura que você fez dos meus textos.Continue divulgando o pensamento indígena. Abraço, Graça Graúna

      Excluir
    2. Nossa! cada dia mais , eu estou apaixonada por saber mas da cultura indigena e estou fazendo minha mini tese que è chamada aqui na Italia e escolhi justo a popolazione indigena e tenho que escolher um escritor indigena e levar no dia... e o que encontro ? tua poesia .. eu amei e vou levar.. pois è profunda, inspira um grande amor .

      Excluir
  3. Nossa que interessante conhecer a história dela, poucas pessoas fazem isto nos dias de hoje :/
    Pena que não me atraio muito para o que ela escreve, mas não me impede de indicar e é exatamente isso que farei.

    Beijinhos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Estimada Karine: grata por sua opinião e desde já muito agradecida também a Lilian Farias por divulgar o pensamento indígena. Graça Graúna

      Excluir
  4. É sempre bacana conhecer novos autores, mas essa em especial foi super interessante! É a primeira autora potiguar que conheço e achei seus textos lindos! Tem um excelente quadro profissional e projetos maravilhosos. Espero conhecer melhor seus livros.
    bj!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nuccia: quanto carinho, quanta energia positiva recebo das suas palavras. Nunca é demais também agradecer a Lilian Farias por divulgar o penamento indígena.

      Excluir
  5. Que mulher! Que textos! Que post incrível. Tentarei conhecer mais sobre ela. Que diferencial e que riqueza! Obrigado pelo post. Preciso agradecer.

    Beijo;

    http://estantelivrainos.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Rodrigo: incrível é a nossa querida Lilian Farias que generosamente publicou alguns dos meus textos. Gratíssima a você também pelo carinho. Abraço grande, Graça Graúna

      Excluir
  6. linda a poesia dela... não conhecia, Lili. e fico grata a você por apresentar essa mulher pra gente aqui no blog...
    e olha as referências dela, ne? Teve Florbela ali, já me animei <3 hehe
    bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valéria: acredito que enquanto houver poesia haverá esperança de dias melhores. Grata pelo carinho e a Lilian Farias por divulgar o pensamento indígena.Sempre, Graça Graúna

      Excluir
  7. Oiiie
    muito legal saber mais sobre a autora e não a conhecia ainda, eu queria muito começar a ler mais poesias, quem sabe não começo por ela

    Beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Catharina: que dádiva saber que poderia começar a ler mais poesia a partir dos meus textos. Grata também a Lilian Farias que propiciou esse encontro com leitores tão sensíveis. Abraços, Graça Graúna

      Excluir
  8. Olá, não conhecia a autora e nem suas obras, mas adorei a temática das mesmas *-* Espero poder lê-los em breve.

    Visite "Meu Mundo, Meu Estilo"

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, Jéssica: não faltará oportunidade pra você conhecer um pouquinho mais do universo indígena. Agradeço a Lilian Farias a oportunidade de estar aqui, em meio a pessoas tão gentis. Abraço, Graça Graúna

      Excluir
  9. Eu não conhecia o trabalho dessa escritora, mas me encantei com as suas obras e acho que seria uma ótima experiencia literária pra mim.

    http://laoliphant.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Débora: não deixe morrer esse encantamento pelo pensamento indígena. Agradeço a Lilian farias a oportunidade de estar aqui. Abraços, Graça Graúna

      Excluir
  10. Olá!

    Adorei conhecer a autora!
    O fato dela ser indigne desmistifica muita coisa. Gostei de ter citado exatamente o que não vemos: amor verdadeiro a Pátria. Amor a terra que nascemos, dessa forma diferente. Sempre gosto de conhecer literatura com teor cultural alto, as obras são curiosas para mim!

    Bjus
    Blog Fundo Falso

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Débora: a Mãe Terra anda tão sofrida, não é mesmo? Estar aqui é uma oportunidade de divulgar o pensamento indígena. Agradeço a Lilian Farias a oportunidade de divulgar meus escritos. Paz e bem, Graça Graúna

      Excluir
    2. Andréa: desculpe a falha, digitei erradamente o seu nome. Andréa, Andréa....grata pela atenção e a Lilian Farias que acolheu minha presença aqui. Grande abraço.

      Excluir
  11. Olá
    Não conhecia o trabalho da autora, porém me interessei bastante
    Já está na minha lista de leitura desse ano
    Beijos
    ocasulodasletras.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Lygia: bom saber que gostou dos meus escritos. Agradeço a Lilian Farias a oportunidade de estar aqui. Abraços, Graça Graúna

      Excluir
  12. Olá! Que bacana. Esses dias mesmo passando por um blog comentei que nunca li literatura indígena. Não conhecia a autora e achei sensacional a capa do livro de passarinho e, principalmente, a lindíssima poesia, emocionante de verdade.
    Vou procurar para ler.
    Beijos.
    Karla Samira
    www.pacoteliterario.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Samira: as suas palavras tocam o meu coração de passarinho. Agradeço a Lilian Farias a oportunidade de divulgar o pensamento indígena. Abraços, Graça Graúna

      Excluir

O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

Instagram: @poesianaalmabr