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A primeira vez que vi Clarice





Neste ano, 2020, comemoramos o centenário de Clarice Lispector, nascida em 10 de dezembro de 1920, na Ucrânia, a família da escritora foge da perseguição aos Judeus e chegam ao Brasil, onde Clarice cresce e mais tarde se destaca como escritora da “Geração de 45”.

Esse post especificamente, não é para trazer informações específicas sobre a autora (coisa que farei durante o decorrer do ano de 2020), mas para relatar um pouco de minha experiência com os livros da autora. Então, a primeira vez que vi Clarice (e por ver, entende-se, ler), foi um mundo novo que se abria para mim na literatura, apesar de profundamente fascinada, infelizmente, não consegui entender muita coisa do livro.

Eu tinha 13 anos, A hora da estrela foi o primeiro livro que peguei em uma biblioteca, por recomendação, fiquei animada, queria ter a mesma experiência que a pessoa que me indicou a obra. Mas não foi bem assim, fiquei decepcionada comigo. Simplesmente A hora da estrela não fazia muito sentido. Também fiquei frustrada por ter ouvido uma indicação e não ter seguido meus extintos de uma jovem e tola leitora com poucas referências.



E era exatamente a chave da questão, eu não tinha bagagem para entender Clarice naquela época, tudo que raramente lia, era romance de banca e no máximo Sidney Sheldon, isso quando alguém me emprestava. Em minha casa não tinha livros. Raramente tinha acesso a informação que não fosse pela TV ou Rádio, livro era artigo de luxo.

Mesmo assim, o Universo quis que Clarisse caísse em minhas mãos e apesar de pouco compreender de Macabéa, o incomodo por não ter apreciado a leitura, ficou... persistiu... ganhou força... Tentei outros livros da autora que não eram recomendados para minha idade e evidente que para minha compreensão na época. É bem mais difícil quando a base cultural da pessoa (eu) é a Banheira do Gugu e novelas, não tem outros leitores para conversar e não tinha essa coisa de rede social para trocar ideias ou ler resenhas. Na escola também não tinha estímulo a leitura.



Assim começou a minha saga com todos aqueles que considerava difícil para minha realidade, no caso de Clarice, não desisti, aos quinze, tentei novamente, depois, aos dezoito e finalmente um novo mundo se mostrava em minha frente e aquela mulher (sua escrita) não tão enigmática, dessa vez, não fui devorada por aquele que parecia um labirinto.

Entre os treze anos e Clarice Lispetor, outros autores passaram e deixaram seu rastro, como Jorge Amado, Nelson Rodrigues, toda a coleção Vaga-lume (mais adequada para minha realidade na época), etc. De tudo isso, hoje, mais de vinte anos depois, ficou Clarice, uma paixão por estar sempre em seu labirinto, ler, reler, folear... aquele impacto e frustação, com os anos, virou amor e minha pequena biblioteca privada.

E você, já teve contato com a escrita da Clarice? Como foi? Deixa aqui um pouco de sua experiência.  

27 comentários:

  1. Oi, tudo bem? Eu nunca li nada completo da Clarisse, porque ainda não consegui mergulhar nas histórias delas a ponto de me sentir confortável. Mas espero que neste ano eu mude isso. Tenho "A hora da estrela" e quero ver se consigo terminá-lo. Na época do colégio, quando aprendia sobre ela, não me interessava, só depois, na faculdade, é que fui me interessar. Fiquei feliz que o blog vai trazer uma programação sobre ela durante 2020, vou aguardar! :)

    Love, Nina.
    www.ninaeuma.blogspot.com

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    1. Se sentir confortável? Se espera por conforto não Leia Clarice.

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  2. Olá, tudo bem? Eu só li um conto da autora até hoje, pois era para um trabalho do colégio, mas tenho muita vontade de ler algo completo dela, pois gostei bastante da escrita da Clarice. Adorei tua postagem!

    Beijos,
    Duas Livreiras

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  3. Oi Lilian.

    Eu realmente conheço muito pouco sobre este autora e achei bastante interessante seu post. Quero continuar conferindo sua experiência com a escrita dela no decorrer do ano. Parabéns pelo post.

    Bjos

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  4. Olá

    O primeiro livro que li dela foi Felicidade Clandestina e tinha dezessete anos. Foi para o vestibular, mas eu a amei bem ali. Eu me encontrava nela. Suas palavras faziam todo sentido para mim e daí li e reli inúmeras vezes as obras dela.
    Ela sempre será minha escritora favorita.

    Beijos

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  5. Oi Lilian! Pode me matar agora, mas eu não tenho paciência para Clarisse Lispector, ela tem uns pensamentos legais mas toda vez que peguei algo dela para ler acabei desistindo do livro. Provavelmente eu era muito nova, mas desde que eu tinha uns 17 anos que não tento mais (10 anos atrás), acho que fiquei com aquela impressão errada da autora e nunca mais tentei. Adorei conhecer a sua relação com a autora, acho que todos temos algum autor que nos marcou assim tão profundamente né? Quem sabe em 2020 eu finalmente não resolva me dar uma nova chance para conhecer a autora e sua obra?

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  6. Eu também conheci Clarice com A hora da estrela, que um dos meus livro preferidos da vida. Na época eu já estava na universidade, então foi uma leitura que me abriu mundos. Um salve a Macabea!

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  7. Adorei o relato da sua experiência com a autora. Infelizmente não tive uma muito positiva :(
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe do sorteio Rumo aos 4K no instagram

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  8. Olá...
    Eu amo demais a Clarice e, curiosamente, também A HORA DA ESTRELA foi a minha primeira leitura que fiz da autora, porém, tive uma experiencia bem positiva,tinha 20 anos na época e já tinha certa capacidade para "entender Clarice".
    Amo demais seus livros e vivo postando trechos de seus livros no twitter <3
    Bjo

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  9. Olá...
    Meu primeiro contato com Clarice foi com o livro "A hora da estrela", que tive que ler para o vestibular. Depois disso, sempre que posso, retorno a sua obra.
    Esta parado na minha estante a biografia dela, escrita pelo Benjamin Moser, e pretendo ler assim que der.
    Vou passar sempre por aqui para ver suas postagens e novidades, quem sabe possamos trocar várias informações sobre essa querida!!!
    Abraço,

    http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/2020/01/e-2020-chegou.html

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  10. Oii!!! Tudo bem??

    Então, eu concordo totalmente com você. A escrita de Clarice não é para qualquer momento. Ela é profunda e requer um amadurecimento na vida. QUando lidar com decepções e corações partidos começa a fazer parte da vida as palavras da autora começam a fazer sentido.

    Beijos!

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  11. Olá tudo bem?

    Realmente é muito complicado tentar desvendar um autor tamanho com pouca bagagem, imagino o quão frustante tenha sido para você. Respondendo a sua pergunta, ainda não tive contato com a Clarice e lhe explico o porquê: Medo. Medo de me deparar com a mesma frustração que você. Apesar de ter passado recentemente pelos 21 anos, receio que a escrita dessa deusa não seja algo que eu possa compreender. Mas prometo que quando chegar a hora certa, irei me aventurar.

    Beijos!

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  12. Já li alguns contos da autora para a faculdade e gostei muito da experiência, pois inclusive ensaiamos um e o apresentamos para a sala, e foi incrível. Acredito que realmente precisa ter uma maior compreensão das palavras e da escrita para entender o que se é passado. Mais ainda bem que apesar da experiência negativa não desistiu de suas obras.

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  13. Oi!
    Não li nenhum livro dela, mas já ouvi falar bastante dela. Asim como você esse mundo de leituras (por falta de incentivo ou dinheiro) era totalmente fora dos meus padrões só na escola mesmo tinha a chance de ler alguma coisa Jorge Amado assim como outros. Mas o que realmente me cativou foi quando li Os Lusíadas de Camões foi divino ler aquelas poesias tão cheios de paixões, mas quando acabou as aulas também acabou meu divertimento. Poque tinha que trabalhar, mas quando casei fui ao céu e voltei conquistei meus livros e agora estou em um blog resenhando kkk. Vou procurar mais sobre essa autora e vou te acompanhar em suas resenhas sobre a mesma, obrigado peal dica. Bjs!

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  14. Olá!
    Acho que sou uma das poucas pessoas desse meio da literatura com blogs que ainda não leu nada dessa autora tão consagrada. Não sei a que deve o meu receio, mas o sinto. Quero pegar para ler e amar como todas as pessoas, mas não sei se estou pronta para a intensidade e, por hora, continuo atrasando o momento.

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  15. Olá!

    Nunca parei para ler nada da Clarice, conheço suas frases pela internet e segundo informações algumas nem são dela realmente. Mas é uma curiosidade que eu tenho, conhecer suas obras e descobrir se consigo encaixa-la no meu mundo. Gostei bastante de conhecer sua história com a autora e como você persistiu já que muitos desistem logo no inicio quando não tem aquela conexão ou entendimento da narrativa. Vou ficar de olhos nos próximos post.

    Beijão

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  16. Olá, tudo bom?
    Minha relação com Clarisse é bem parecida com a sua! Eu li A hora da estrela em um momento que não tinha bagagem nem maturidade para entendê-la e por isso não apreciei a leitura tanto quanto deveria. Anos se passaram, eu tentei de novo e tudo aquilo que não fazia sentido antes se mostrou diante dos meus olhos, de uma forma que eu não esperava. Ela é uma escritora fantástica <3
    Beijos!

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  17. Gosto demais de Clarice Lispector, tanto que possuo um projeto com mais três blogueiras chamado 12 meses com Clarice 2020, que antes era 2019, que consta em ler sua obra "Todos os contos". Estou me apaixonando cada vez mais por essa mulher, ela é magnífica!!!

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  18. Olá,
    Não sei o que estava fazendo aos 13 anos, mas quando tinha por volta dessa idade eu também restringia muito as minhas leituras a somente gêneros que conhecia. Lembro que quando li Clarice também não entendi nada, mas me incomodou, e depois quando reli entendi finalmente (eu acho). Amei o post.

    Debyh
    Eu Insisto

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  19. Olá!!!
    Eu conheço Clarice bem, porque meu professor de faculdade fez o doutorado analisando uma das obras dela e eu acabei conhecendo ela na faculdade e como admiro essa mulher que tem uma escrita maravilhosa.
    Que bom que você não chegou a desistir dela.

    lereliterario.blogspot.com

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  20. Oii, tudo bem?
    O meu primeiro contato com a Clarice foi exatamente como o seu, eu estava no ensino fundamental e me recomendaram o A Hora da Estrela e ele não fez o menor sentido rsrs. Hoje depois de anos eu tenho muita vontade de pegar o livro e reler, tenho certeza de que ele vai ser melhor apreciado com a cabeça que eu tenho agora.

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  21. Eu nunca li nada da autora. Sempre tive vontade, mas sempre fui deixando para ler os textos dela depois, e isso o tempo foi passando. Como este ano estou querendo ler mais livros , já coloquei alguns poemas dela na lista de leituras.

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    1. Clarice Lispector não escreveu poemas. Desconheço livros de poemas da autora.

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  22. Li A Hora da Estrela na época da escola e confesso que não absorvi muito da leitura, acho que se pudesse reler hoje eu entenderia melhor o seu enredo. É sempre bom pensar nos autores que marcaram a nossa vida enquanto leitora e a coleção vaga-lume também me apresentou muitos autores dos quais tenho saudade.
    Beijos

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  23. Ao contrário de você, eu cresce cercada por livros e desde cedo tive inventivo à leitura. Aos dez anos eu comecei a ler Agatha Christie e gostei tanto que embarquei no gênero policial e não lia mais nada sem ser policial ou suspense. INfelizmente, fui conhecer os textos de Clarice muito tarde, só depois de já ter criado o blog. Li alguns textos soltos dela, algumas poesias, mas livro mesmo eu só li no ano passado e foi Água Viva. Queria ter começado a ler as obras dela mais cedo, porém, acredito que se o tivesse feito, talvez a experiência pudesse ter sido diferente e eu não ter compreendido

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    1. Clarice Lispector não se dedicou à poesia. Ela não escreveu poesia.

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  24. Clarice é maravilhosa. Macabéa tbm foi meu contato inicial com ela..compreendi a história. Mas em A paixão segundo GH me perdi kkkkkk tanto que pretendo reler... Volta e meia me debruço em contos dela.

    Não tô entendendo a galera falar em poesia. Como assim? Nem eu que não tenho formação em Letras sei que ela nunca escreveu poesia. 🤔

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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