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Indiferente à tal felicidade / Matheus Roberto

 



UM RECADO DO PAI AO FILHO

 

Conseguirás o que queres se tentares

Resistirás todo o caos se resiliência tiveres

Comprarás tudo o que o dinheiro não cumpre

Enxurdaras amor por todos ao teu redor

Lançarás ao divino agradecimento por tudo

Não haverá́ pestilência em teu lavro

Crescerá frutos tão bons quanto a ti

 

Voltarás e relerá este poema

Cada verso, uma lágrima a banhar teu peito

Tudo ficará bem no fim

Não te anseie pelos infortúnios

O malogro que virá será́ benévolo

Eis o caminho que trilhei a ti, meu anjo

Amém.

 

 

ÍNGREME

 

Eu guardo a esmeralda

O bem mais valioso que tenho

Polida na tristeza, e acabada

Nas sujeiras que sustenho.

 

Impureza que degrada a fonte

Como verniz que fede a madeira

Sou o fétido sem-teto do afronte

Em algoz de tal maneira.

 

Sem moral, sem nada a declarar

Se preso eu fosse, a pena é liberdade

Estando acorrentado na corrente do negar

Juiz ou réu, indiferente à tal felicidade.

 

 

ROSA DO AMANHÃ

 

 

A rosa se apodrece no amanhã,

Cheira como estrume do teu campo,

Esquecido aroma da tua manhã,

Nascida no ventre do teu escampo.

 

O jazigo enterra tua jaçanã,

Donde fica e te mata o acampo,

Mora no teu estrondo som do tantã:

Ave que se sobrevoa o relampo.

 

A chuva deixa queimando o jardim,

Ruindo pétalas mortas do fim;

Podridão das belas rosas um dia.

 

O levante deus Geb, e nos acorde;

Cultive-nos a flor que deixa forte,

Regando com olhos que vos luzia.

 

 

Sobre o autor:


Matheus Roberto é residente do interior de São Paulo. Gosta de explorar suas introspecções e anotá-las. Tem paixão pelo abstrato, pelo bizarro, mas simultaneamente, pelas coisas belas e perfeitas. Pensa muito desde que se entende por gente, mas escreve faz pouco tempo.

 

Instagram @_reirazinho


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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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