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Resenha - De Profundis



De Profundis, de Oscar Wilde 208 páginas, Editora Tordesilhas é uma espiada pelo buraco da fechadura do conturbado relacionamento do escritor com seu “amigo” Lorde Alfred Douglas, a quem Wilde chamava carinhosamente de Bosie.


“De profundis - Oscar Wilde já era reconhecido como um dos melhores autores de seu tempo quando foi condenado à prisão, em 1895. A acusação de “indecência grave” remetia à muito discutida homossexualidade de Wilde, considerada crime na época. Enquanto estava encarcerado, o autor escreveu uma carta a Lord Alfred Douglas, com quem mantinha uma relação que foi o estopim para sua prisão. Intitulada De profundis, a carta, amarga, traz uma reflexão a respeito da ética, com a linguagem de um grande escritor, um homem cuja vida não seria mais a mesma após os anos de encarceramento, mas cuja obra permaneceria por séculos como um cânone da literatura.”

Relacionamento este que, culminando na prisão de Wilde por atos de indecência, foi esmiuçado por ele nesta amarga carta, escrita na prisão com permissão do superintendente da prisão, que a cada dia tomava-lhe a folha escrita.
Após sua saída da prisão, Wilde, já de possa de seu manuscrito, confia-o a Robert Ross (ex-amante e desafeto de Bosie) que o publica em 1905, cinco anos após a morte do autor.

"Lamentar as experiências vividas é uma forma de impedir o próprio desenvolvimento. Negá-las é colocar uma mentira nos lábios da própria vida. É nem mais nem menos do que a negação da alma."

O que vemos na extensa carta é um Wilde fragilizado, ressentido e amargurado, que se sabendo brilhante demais para ter sido enganado tão profundamente pelo amante e seu pai, tenta com uma fúria apaixonada diminuir o amor que sentia por Bosie, enumerando seus incontáveis defeitos, sua brigas e excessos, assim como rebaixando a capacidade intelectual do “amigo”, chegando a declarar que Douglas foi um empecilho em sua carreira, um estorvo intelectual, entre outros diversos insultos rancorosos e cheios de uma necessidade visceral de ferir o outro, afirmando que não o amava, que Bosie não era bom o suficiente para ele, que sua presença o estorvava.
É sem duvida um deleite para os fãs do autor, pois é um mergulho intenso em sua vida privada.
Um livro curto, que retrata a alma ferida de um artista intenso, traído pelo próprio sentimento em um período em que amar a pessoa errada poderia custar a liberdade.



13 comentários:

  1. Parece muito bom, já li O retrato de Dorian Gray e particularmente achei sensacional... Seus livros são sempre polêmicos...
    Beijos! :*

    http://maiaraangels.blogspot.com/

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  2. Não li nada do autor, mas me pareceu bem profunda a história apesar de ser um livro curto, porém intenso.... Andei meia desanimada em ler , mas agora estou voltando com força total e já vou anotar sua dica,
    bjus

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  3. Parece ser bom, já li O Retrato de Dorian Gray e gostei, parece ser bem interessante
    bjus
    http://recantoliterarioeversos.blogspot.com.br/

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  4. Não é o tipo de leitura que eu aprecie, mas estou querendo investir em leituras diferentes e acho que leria sim esse livro.
    Sua resenha está muito boa.
    Bjs
    http://myself-here1.blogspot.com.br/

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  5. Olá :) Adorei a resenha! *-* Confesso que raramente leio livros sobre homossexuais, :/ mas, o assunto de "De Profundis" desperta meu interesse, deve ser muito bom, uma ótima forma de conhecer essa conturbada relação. Nunca li nenhum livro do Oscar Wilde, infelizmente, :( mas sinto muita vontade. :) Somente li um pouco sobre a vida dele e de Alfred Douglas. :)
    Beijos! *-*
    Blog: http://my-stories-wonderful-books.blogspot.com.br/
    Página: https://www.facebook.com/BlogWonderfulBooks

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  6. Ola Amanda não conhecia o livro mas gostei da premissa e estou curiosa com essa carta repleta de sentimentos. Dica mais que anotada . beijos


    Joyce​
    www.livrosencatos.com

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  7. Olá!
    Ainda não li nada de Oscar Wilde, mas tenho muita curiosidade de conhecer a escrita do autor.
    De Profundis me interessou bastante, principalmente para conhecer um pouco mais sobre ele, seus sentimentos e ponto de vista a partir do momento difícil de seu encarceramento.
    Beijos.

    Li
    Literalizando Sonhos

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  8. Amanda, eu só livro um livro do Wilde e gostei muito.
    Pelo que você falou esse livro é bem interessante e acho que por ser em estilo de carta deve ser mais ainda.
    Fiquei curiosa.

    Lisossomos

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  9. Oi, flor. Confesso que nada sei sobre Oscar Wilde, tampouco que era gay (rs). Embora ache interessante essa obra, não a leria. Francamente, não leria as cartas de nenhum amante amargurado, não importa o quão famoso fosse. Acho de extremo mal-gosto ir do amor ao ódio e, quando nesse, esquecer-se de todos os momentos agradáveis compartilhados (que justamente por terem existido é que o fizeram enganar-se).

    Beijos!
    http://www.myqueenside.blogspot.com

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  10. Olá Amanda!
    Não conhecia o livro e gostei bastante de conhecer através do seu blog. Fiquei interessada no relacionamento de Wilde e acho que gostaria de ler essa carta que ele escreveu com tanto ressentimento.
    Beijos

    LuMartinho | Face

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  11. Olá Amanda,

    Não conhecia esse livro e nem tinha conhecimento que Oscar Wilde era gay, tenho vontade de ler as obras dele e espero que isso aconteça, esse livro parece no mínimo interessante, dica anotada....abraço.


    www.devoradordeletras.blogspot.com.br

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  12. Meu professor me recomendou esse livro, mas acabei não lendo. Acho que agora vou fazer isso. Inclusive, esse livro deveria entrar em um projeto que deixei de lado. Vou retomar.
    E pela sua resenha eu vou adorar a leitura.

    Beijos!

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  13. Oi Amanda
    Vc sabe que gosto bastante de suas resenhas e essa não foi diferente, sempre clara e objetiva.
    O livro parece ser interessante, mas infelizmente não é um livro que me desperta o desejo de ler, então terei que passar a sua sugestão, quem sabe mais pra frente, não?


    beijos
    Mayara
    http://livrosetalgroup.blogspot.com.br

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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