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Resenha – Cachorro Velho



Teresa Cárcenas é uma romancista cubana, poeta e bailarina. Já ganhou vários prêmios literários, entre eles, o Prêmio Casa das las Américas, Prêmio David e o Prêmio Nacional da Crítica Literária. É considerada uma das destacadas figuras da nova geração de escritores cubanos. As memórias de um velho escravo carregam de emoção o romance Cachorro Velho, 141 páginas, Pallas Editora.


“Cachorro Velho não sabia o que aconteceria quando morresse. Na realidade, isso não lhe importava muito. Às vezes, pensava no que o padre Andrés dizia sobre o Inferno, o fogo eterno e tudo mais, e se sentia inquieto, cheio de dúvidas e perguntas. Não por achar que sua alma arderia se ele não obedecesse ao patrão, conforme lhe asseguravam, mas porque conhecia de perto o fogo e sabia do que ele era capa. O Velho não temia o inferno: tinha vivido nele desde sempre.”

Apesar da forçada enculturação eurocristã na vida do escravos, Cachorro Velho trazia em suas lembranças as memórias da África. Histórias que ele ouvia quando criança da negra Aroni. Um pedaço da África que Cachorro Velho só conheceu das histórias contadas, reminiscência de sua saudade. Ele também faz uma retrospectiva de seu trabalho escravo, que iniciou desde muito criança, certamente, ainda na barriga da mãe: “E ao nascer... tivera que trabalhar?

A relação com os outros escravos, a sabedoria popular no tratamento de doenças do corpo e da alma, as lembranças da mãe, a origem do apelido e o amor que nunca chegou vão dando forma ao passado do velho escravo cansado. Mas um dia, o destino lhe atina a mudar o curso da história, e Cachorro Velho, por meio da velha escrava Beira, se depara com a jovem escrava fugitiva Aísa, que precisa de ajuda, e com a descoberta do amor. Será que Cachorro Velho ajudará Aísa? E o amor que começa a palpitar em seu coração pela velha escrava Beira, seria o nascimento de um novo Cachorro Velho?




Teresa Cárcenas foi um presente, sua narrativa madura que trata de assuntos que fogem da lógica clichê. Segundo a própria autora em entrevista ao jornal O Globo: “Fomos arrancados da África, mesclados, não temos árvore genealógica. Leio muita história colonial atrás de pequenas coisas, pratos que comiam, o que faziam à noite quando o amo permitia. Mas o importante, mesmo, vem de uma força que não está na pesquisa nem no que ouvi de minha mãe. É algo sensorial, até espiritual, ditado pelo coração, através dos símbolos que recebemos e que nele palpitam.”

Por Lilian Farias

23 comentários:

  1. Oi Lilian!
    adorei a indicação, não conhecia ela, mas já vi que seu livro vai me conquistar. Teresa Cárcenas parece ter uma bagagem grande como escritora e fico curiosa com o que o livro pode abordar e ensinar, já anotei aqui. Parabéns pela resenha e espero gostar dessa leitura no futuro.
    um abraço!
    Pan
    Pan's Mind

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  2. Olá,

    Nossa que obra interessante e diferente, não conhecia sobre a autora e muito menos sobre a obra, apesar de não fazer muito meu gênero com certeza irei recomendar ela para amigos meus, e espero que gostem.

    Beijos

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  3. Já tinha ouvido falar da autora, mas o livro não conhecia.
    Me chamou a atenção. Livros assim sempre nos ensinam algo.
    Sei que será uma ótima leitura.

    Beijinhosss...
    http://estantedalullys.blogspot.com.br/

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  4. Oi, eu sinceramente não conhecia a autora e nem o livro, mas achei interessante a premissa do livro e acho que de acordo com sua resenha, eu leria. Gostei da resenha, deixou bem claro certos pontos e instigou a curiosidade para a leitura
    bjus
    http://recantoliterarioeversos.blogspot.com.br/

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  5. Oiii
    É realmente maravilhoso ter a oportunidade de realizar a leitura de algo desta mulher. Eu já havia visto coisas sobre ela e seu trabalho, e agora essa sua resenha me encantou.
    Beijão linda

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  6. Olá,

    não conhecia a obra e a autora, achei a premissa do livro bem legal, talvez eu pegaria para ler! www.sagaliteraria.com.br

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  7. Preciso conhecer melhor essa obra. Antemão agradeço por trazer essa resenha linda. Eu e alguns amigos vamos adorar ler esse livro,algo que certamente acontecerá!
    Abraço;

    http://estantelivrainos.blogspot.com.br

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  8. A primeira coisa que me chamou atenção foi o apelido: Cachorro Velho. Qual o motivo? Pelo o que você destacou na resenha, o livro se afasta de todas as obras clichês norte americanas que estamos tão acostumados a ler. Uma obra para ser apreciada com todos os sentidos.

    Beijos!

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    1. O apelido Cachorro velho foi dado pelo senhor de engenho que tinha um certo desprezo pelo escravo Eusébio(nome dado pelo padre), seu nome verdadeiro colocado por sua mãe era desconhecido, pois era muito novo e não se lembrava.

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    2. O apelido Cachorro velho foi dado pelo senhor de engenho que tinha um certo desprezo pelo escravo Eusébio(nome dado pelo padre.

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  9. Olá, recentemente li uma biografia que me fez ter uma compreensão maior da crueldade que é obrigar alguém a sair da terra onde viviam seus ancestrais e ir para uma nova, seja através da escravidão, seja por causa de guerras; é como se arrancássemos uma árvore e tentássemos plantá-la em outro lugar sem todas as suas raízes, toda a cultura daquele povo que é cortada abruptamente, restando apenas fragmentos. Eu ainda não conhecia esse livro, mas é uma leitura que eu certamente realizaria.

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  10. Acho livros desse tipo importantíssimos pra nos mostra uma realidade além da que vivemos. Não conhecia este apesar de já ter ouvido falar de Teresa Cárcenas, adorei a indicação

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  11. Olá Liliam, ainda não conhecia a obra. Mas achei muito interessante o tema que aborda, e chama para um fato atemporal! Dica anotada. Bjkas

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  12. oi ^^
    apesar de ser algo que eu não costumo ler com frequência achei bem interessante. as vezes esse tipo de livro é mt importante para nós temros uma melhor compreensão de certas coisas que aconteciam/acontecem. Seguindo o Coelho Branco

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  13. Oi Liliam, tudo bem?
    Não conhecia está autora e nem o livro resenhado, mas a citação que você separou da autora me deixou completamente sem palavras, porque sei exatamente o que pensou ao dizer isto, é uma coisa que parece vir de dentro.
    Gostei muito da sua resenha!
    Beijos, Larissa (laoliphant.com.br)

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  14. Como eu ainda não conhecia essa obra? Parece ser ótima, muito tocante. Com certeza vou ler, obrigada pela dica!

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  15. Olá Lilian, eu não conhecia a autora e nem essa sua obra, mas fiquei bem curiosa pela forma que ela trás o enredo que parece ser bem cru e tocante *-* Espero ter chance de lê-lo em breve.

    Visite "Meu Mundo, Meu Estilo"

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  16. Achei bem interessante a premisa ainda por ter um enredo que envolva um tema tao triste quanto foi a escravidão. Livros assim sempre servem para nos ensinar um pouco mais e nos fazer refletir!.
    Esta na minha lista ja.
    Bj.
    Camila Bernardini Coelho

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  17. Oiee,
    Eu nunca tinha ouvido falar desse livro e nem outro sobre esse tema, o livro parece ser muito bom, mas não sei se curtiria a leitura.

    Abraços!
    http://lendocomobiel.blogspot.com.br/

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  18. Acho q o q falta em todas narrativas escravagistas negras eh salientar q quem caçava e primeiramente escravizava não eram os brancos ....e sim os próprios negros .... aliás como acontece ate nos dias de hoje .... e depois os revendiam aos brancos ... sendo q em algumas regiões os brancos eram os escravos ... a indignação tem q ser contra a prática e não contra uma raça ou cor ....e o Amo eh sempre referendado como um ser branco ... eu acho isso um baita racismo .....

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  19. Olá Lilian,

    Esse é mais um livro que fico conhecendo aqui, o livro parece ser muito bom e pelo visto um pouco triste mas inspirador, gostaria de ler....abraço.

    http://devoradordeletras.blogspot.com.br/

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  20. Não conhecia a autora! A obra é mesmo pura poesia, apesar de narrar histórias de dor e de violência!

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  21. Não conhecia a autora e nem a obra, como faço do Clube de Leitura Nossa Literatura, essa obra foi escolhido. Acabei de ler apesar de um pouco triste mais muito bom, leitura flui rápido, você começa a ler e não quer parar, super indico.

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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