Além do 8 M | Dark Ferreira
ALÉM DO 8 M
Forte, guerreira. Eles notam o que está na
borda, na beira. Romantizam, banalizam além da fronteira. Não se engane pelo
capitalismo. Vai além dessa data. De que adianta? Flores, parabéns e chocolates.
Se o restante dos dias maltrata, com falas, menosprezo e até faca. A luta
diária existe, e nós resistimos. De fases sim! Porém, sempre inteira. E tudo
bem não está bem o tempo todo. Mesmo que te apontem o dedo, e julguem seu
melhor ser pouco. Rotina, corre, sufoco. Rascunho, rabisco, esboço. Feridas
cicatrizadas, mas nunca esquecidas. Trajetórias antepassadas. Não fora de
vista.
MULHERES DE QUINTA
Sou mulher de quinta!
Mulher que pinta sua vida.
Sou mulher distinta.
Não me calo, resisto aos calos.
E sigo, sigo lutando!
Faço cor das minhas feridas, e pintura dos
meus danos.
Sou mulher de quinta!
E de toda a rotina semanal.
Sou mulher que pinta, que borda.
E ainda faz arte no seu quintal.
Sou mulher de quinta!
Sou tudo, exceto frágil.
Sou aquela que renasceu e renasce de novo.
Transbordo, extravaso, transformo.
Mulher de quinta! Todos os dias renasço.
Do luto, da luta, do fogo, do sangue e do
naufrágio.
Não! Não me subestime. Pois, em palavras
sucintas.
Eu sou, nós somos… Somos mulheres de
quinta! Que lutaremos até o final!
Sobre a autora:
Dark
Ferreira é natural de Barbalha e reside em Juazeiro do Norte -
Ceará . Musicista, poetisa, artesã e compositora.
Instagram: @darrkf
(Texto
selecionado para o projeto Leitura Feminista, iniciado em 2019, em parceria com o blog Barda Literária que
este ano, no mês de março, apoiará poetisas)
Post a Comment