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Resenha - Uma Praça em Antuérpia



Como se poderia esperar de uma narrativa que se passa na Segunda Guerra, Uma praça em Antuérpia, de Luize Valente Editora Record, 364 páginas é um volume a ser lido com uma caixa de lenços e muito café do lado.


Uma Praça em Antuérpia - Após sua estreia literária com O segredo do oratório, sucesso de público e crítica, Luize Valente volta a mergulhar, de maneira ainda mais surpreendente, na história de uma família de migrantes em Uma praça em Antuérpia. Com domínio da narrativa, que vai e volta do ano-novo de 2000 em Copacabana para os anos da eclosão da Segunda Guerra na Europa, Luize reconstitui a desgraça imposta pelo nazismo aos judeus, razão pela qual muitos deles viriam fazer a vida no Brasil. 
Reunindo sensibilidade pelo drama humano e extensa pesquisa histórica, Luize retrata a chaga do nazismo na miudeza do cotidiano, na intimidade das famílias alemães e europeias, com bárbaros desdobramentos em Portugal, no lar de Clarice e Olivia, de onde a narrativa parte para ganhar o mundo e o Brasil. Acompanhamos a fuga de Clarice e seu marido, o pianista judeu Theodor, por grande parte da Europa, sempre um passo à frente da perseguição nazista, fuga que leva parte da família a cruzar o oceano. Como se não bastasse essa narrativa de tirar o fôlego, Luize presenteia o leitor com um final emocionante e totalmente inesperado.

Com uma linha cronológica que vai do ano 2000, de uma cobertura de luxo em Copacabana, a 1916, em uma pequena vinha em Portugal, e passa pelos anos 30 e 40, em fuga pela Europa, Luize Valente constrói magistralmente o período, com descrição concisa e eficiente, e uma carga emocional surpreendente.
Contar sobre o enredo é tarefa delicada, pois logo nas primeiras páginas, Luize já nos apresenta um segredo impactante, e eu seria uma pessoa péssima se furtasse de vocês o prazer de descobri-lo na leitura.
Clarice e Olívia são irmãs, e vivem sem carinho algum do pai, que se tornou um homem amargo após a morte da esposa ao dar à luz suas filhas.
Preocupada, a avó materna se junta à empregada da vinha, Lina, na tarefa de cuidar das meninas.
 O filho de Lina, Antônio é apaixonado por Olívia desde que a viu sair do ventre da mãe. Após a morte de Manuel, o pai das meninas, Antônio e Olívia se casam, e se mudam para Lisboa.
Clarice se junta ao casal após a morte da avó Bernarda, e a venda da quinta de Manuel.
Em Lisboa, ela conhece Theodor, um rapaz que é judeu e comunista (vai vendo) e se apaixona perdidamente.
E é aí que a gente precisa parar de contar o que se passa, porque os dramas pessoais se misturam ao drama da guerra de forma intensa, e colocá-los aqui seria retirar de vocês o deleite, o desespero e a emoção de lê-los.
Paralelo aos antigos dramas das gêmeas, recontados pela avó, temos também o drama de Tita, neta de uma das gêmeas, que deseja um bebê, mas segue tendo abortos espontâneos. A forma como ele escuta a história da avó tentando se desvencilhar do próprio drama também é comovente.
Cada pequeno pedacinho de história neste livro é desenvolvido para tocar seu coração, e consegue. Cada personagem tem um drama que te faz querer chorar e tirá-lo de dentro daquele livro e dizer que tudo vai ficar bem.
Mas você não pode, porque o livro é real demais. Não há espaço para shippar, ou ter devaneios. O choque de realidade nas páginas deste volume é intenso e impressionante, e devastador, e não há palavras impactantes o suficiente para descrever a destreza com a qual Luize Valente parte nossos corações e esperanças durante a leitura.

Romance, guerra e realidade crua e pulsante. Se você não terminar este livro em meio a lágrimas, eu honestamente acho que não tem nenhum coraçãozinho aí dentro.


12 comentários:

  1. meu Deus, Mandy. PARA DE ACABAR COMIGO, MOLHER. <3
    É mais um que quero que entre na minha lista de leituras. Sou fascinada por histórias de segunda guerra, e não posso deixar de ler Uma praça em Antuérpia.. Até o nome é poético...

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  2. Oi Amanda, tudo bem?
    Apesar de todos os elogios, esse livro não me despertou aqueeeela vontade de ler por se passar no período da Segunda Guerra que é algo que não me agrada =/
    Bjs

    http://a-libri.blogspot.com.br/

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  3. Oi Amanda, já estou emocionada só em ler a resenha. Esse livro está na minha lista e não vejo a hora de comprá-lo, pois adoro essa carga emocional que as boas histórias trazem. Bjs

    Território nº 6

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  4. Olaaa
    Sua resenha esta otima e espero poder ler o livro no futuro quando estiver mais no clima e curtir bastante, otima dica, muito interessante.

    Beijos
    Reality of Books

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  5. Oii Amanda!

    Adorei seu nome hahahaha
    Parabéns pela resenha!
    Dica maravilhosa e super anotada aqui na minha lista ^^

    Beijos, Amanda ^^
    www.vicio-de-leitura.com

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  6. Olá Amanda, tudo bem?
    Estou louca para ler esse livro e espero ter a oportunidade. Gosto muito de dramas e de chorar lendo, então acho que seria uma ótima leitura pra mim. Essa coisa da realidade ser crua e realmente tocar o leitor me deixa empolgada e interessada. Ótima resenha :)
    http://umaleitoravoraz.blogspot.com.br/

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  7. Amanda, apesar da sua resenha ser bem positiva eu passo.
    Não gosto muito de livros com tema de fundo a guerra.
    Mas parece ser bem emocionante mesmo.

    Lisossomos

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  8. Só leio comentários positivo sobre esse livro. Eu gosto de ler sobre pessoas que fugiram ou conseguiram sobreviver os horrores da guerra. Acho que relatos assim nos humanizam.
    Espero ter a oportunidade ler esse livro.

    Beijos!

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  9. Olá!
    Não conhecia o livro, essa é a primeira resenha que leio dele.
    Apesar de ter gostado da sua resenha, não curto muito livros que se passam em períodos entre guerras e afins.
    Então, sinceramente, passo a leitura. Mas fico feliz que ela tenha te agradado!
    Beijão!

    www.livrosdajess.com

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  10. Um livro pra chorar é o que estou precisando
    Amo romances e esse com certeza foi pra lista
    Não conhecia o livro e amei pela sua resenha
    bjs
    http://malucaspor-romances.blogspot.com.br/

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  11. Oi Amanda, gostei muito da sua resenha, mas infelizmente esse livro não é o tipo de livro que eu gosto de ler, coisas relacionadas a guerra e essas coisas me deixam muito para baixo, então eu passarei a sua dica dessa vez.

    beijos
    Mayara
    Livros & Tal

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  12. Oiii.
    Eu acho que não seria muito meu estilo,apesar de ter lido muitas resenhas elogiosas sobre este livro, quem sabe eu mude de idéia em relação a ele e o leia.
    Parabens pela resenha.
    Bjs
    leiturasdamary.blogspot.com.br

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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