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A vida e a obra do poeta-escravo cubano Juan Francisco Manzano


'Juan Francisco Manzano, poeta na ilha de Cuba, foi a Ășnica pessoa escravizada latino-americana a escrever uma autobiografia sobre sua experiĂȘncia no cativeiro.'





A longa e terrĂ­vel histĂłria da escravidĂŁo nas AmĂ©ricas tem poucos relatos diretos. Os senhores, naturalmente, nĂŁo tinham interesse em registrar seus horrores. Os escravos nĂŁo tinham condiçÔes de fazĂȘ-lo. A autobiografia do poeta-escravo Ă© agora publicada pela primeira vez no Brasil - um dos paĂ­ses que mais tarde aboliu o horror narrado com enorme vivacidade nestas pĂĄginas.
Existem algumas autobiografias de escravos norte-americanos (como o famoso 12 anos de escravidĂŁo, de Solomon Northup). PorĂ©m, na AmĂ©rica Latina e, particularmente, no Brasil, isso nĂŁo aconteceu. A exceção, Ășnica narrativa autobiogrĂĄfica latino-americana escrita por uma pessoa escravizada durante seu cativeiro, Ă© Juan Francisco Manzano.
Esta edição inclui duas versĂ”es da autobiografia: uma tradução para o portuguĂȘs padrĂŁo e uma transcrição direta, colada nas particularidades e idiossincrasias do original, acompanhadas por mais 300 notas explicativas e um conjunto de textos que torna esta edição um marco incontornĂĄvel na memĂłria da escravidĂŁo.


sobre o autor

Juan Francisco Manzano, poeta na ilha de Cuba, foi a Ășnica pessoa escravizada latino-americana a escrever uma autobiografia sobre sua experiĂȘncia no cativeiro.
Nesse site, vocĂȘ poderĂĄ saber um pouco mais sobre ele, ler o texto completo da autobiografia em espanhol, visualizar o manuscrito original, conferir fotos dos lugares onde ele viveu, ler algumas das notas explicativas da edição brasileira e consultar uma bibliografia completa sobre Manzano.

Meus trinta anos, por Juan Francisco Manzano
Quando olho para o espaço percorrido

Desde meu berço, e todo meu progresso,
Estremeço e saĂșdo meu sucesso
Mais por terror que por amor movido.

Espanta-me o combate que eu, renhido
Sustentei contra a sorte vil e fria,

Se Ă© que posso assim chamar a porfia
De um ser tĂŁo infeliz e mal-nascido.

Trinta anos hĂĄ que estou vivo na terra.
Trinta anos hĂĄ que, em gemedor estado,

Triste sina em todo lugar me assalta.

Mas nada Ă© para mim a dura guerra,
Que em vĂŁo suspirar tenho suportado,

Se a comparo, oh Deus!, com o que me falta.

Juan Francisco Manzano
(tradução: Pablo Zumarån)


Segundo uma tradição provavelmente apócrifa, esse poema, ao ser lido em voz alta pelo autor durante um sarau literårio, tanto emocionou os participantes que decidiram fazer uma coleta e lhe comprar a liberdade.

8 comentĂĄrios:

  1. Adorei o poema, muito bonito e reflexivo. NĂŁo sei se leria essa biografia no momento, pois nĂŁo estou no clima, mas Ă© uma Ăłtima dica e uma hora irei querer conferir.
    Beijos

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  2. Nossa que legal!!!!
    A breve biografia do autor jĂĄ emociona muito, imagina o livro???
    Adorei
    Bjs

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  3. Caramba! Que histĂłria. Eu fiquei emocionada com esse poema e estou a fim de ler biografias, que Ă© um gĂȘnero que nĂŁo leio e tudo tem uma hora nĂ©. Beijos.

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  4. OlĂĄ Lilian,

    Parece uma história incrível, gostaria muito de ler, vou compartilhar....abraço.

    devoradordeletras.blogspot.com.br

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  5. Nossa, que massa o impacto que esse poema proporcionou.
    Fiquei mega curiosa.

    Lisossomos

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  6. OlĂĄĂĄ
    Nossa, seu post estĂĄ Ăłtimo e foi muito bom saber sobre a vida de um escravo, Ă© impactante, imagino. Ăłtima dica

    Beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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  7. Oii!

    Nossa! Que poema lindo ^^ NĂŁo sou muito de poemas, mas esse me conquistou e com certeza irei ler esse livro em breve!

    Beijos, Kamila
    www.vicio-de-leitura.com

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmÔes, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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