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Resenha – Necrópole histórias de bruxaria


Li Necrópole em um dia, mas com receio que fosse um desses livros chatos que que trata a temática ‘bruxaria’ de maneira leviana, nos envolvendo num terror sem sentindo, etc.  Me enganei, que sorte!


‘Sinopse: Um livro que reúne cinco talentos da literatura de suspense e terror, cada um deles apresentando uma história com 30 páginas, ambientada em uma metrópole genérica. Os vampiros – criaturas misteriosas e ao mesmo tempo tão difundidas na literatura – são apresentadas pelos autores em tramas bem estruturadas e inusitadamente surpreendentes.
Este é o primeiro volume de uma coleção que a editora Alaúde pretende dedicar ao segmento suspense/terror. A coleção sempre trará histórias inéditas com as mais promissoras revelações do gênero em edições temáticas: lobisomens, espíritos, bruxas, seres míticos e outros assuntos relacionados.O principal aspecto deste projeto não é apenas a pontualidade da coleção, mas também a apresentação de novos talentos da literatura brasileira de terror e suspense.’

Não é um livro que se lê várias vezes, porém é um livro que as histórias martelam na cabeça por dias, que causa ressaca literária. Conforme as horas vão passando, me vi lembrando de frases e histórias lidas...  Não encontrei uma visão distorcida e absurda sobre bruxaria. O que vi, foi o tratamento da espiritualidade, que em desconexão com a harmonia da vida, nos coloca frente ao que de pior pode existir na essência humana e suas escolhas.

“Em Cândido somos atirados em uma realidade desesperançosa e solitária, onde percebemos que a magia do mundo não é algo que possa ser criado apenas conscientemente. Aqui, a magia pode nascer de sentimentos intensos como o amor e a paixão, o ciúme e a posse.”

Necrópole é um conjunto de contos com diversos autores: Alexandre Heredia, Camila Fernandes, Eric Novello, Gianpaulo Celli, Nazarethe Fonseca e Richard Diegues.
Particularmente gostei de todos os textos, mas lógico tiveram aqueles que me prenderam mais. O Sagrado profano se passa num terreiro de Candomblé, precisamente uma disputa mortal, entre quatro mulheres, pelo poder de assumir o barracão – forma que é definido no livro – contudo deve-se ter muito cuidado com o que se deseja, pois a possibilidade de se conseguir é grande. E como todo bônus tem seu ônus... a banalização da vida em prol de um falso poder é exposto de forma simples, porém instigante.

“Hoje sou rei. E nenhuma pessoa pode dominar um rei. Sei que você achou que as mulheres estavam me conduzindo. O rei conduz. Minha força veio do seu desejo. Do desejo de todos aqui. Ninguém quer mudanças. Nem ninguém para substituir a mãe Gina. O barracão é independente.”

Cândido até agora está zunindo (ou latindo) no meu ouvido, juízo e tudo mais. Uma história forte e canina, literalmente. É de tirar o fôlego e nos fazer refletir sobre a natureza humana, nossos atos instintivos, nossa necessidade de preservação.  “toda ação na vida tem uma consequência” E Luana sai do rotineiro básico para uma história visceral e vagabunda, com consequências sobrenaturais e mortais e de um novo ciclo que se inicia com o fim.

Foi uma leitura agradável e uma grata surpresa.

Lilian Farias 

11 comentários:

  1. Lilian! ah! você me deixou curiosa! Faz um tempão que não leio um livro com coletâneas de histórias, é bom por que tem vários universos em um livro só!O livro deve ser muito bom para ser devorado em um dia! Amei a resenha, este título vai para a lista!
    Um grande abraço!

    Amanda Ramos

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  2. Nos últimos meses venho querendo muito e pesquisando sobre a literatura nacional. Alguns dos autores eu conheço e outros já li ótimas referência.

    A literatura fantástica nacional a cada dia revelando nomes criativos.

    Parabéns pela resenha.

    Atenciosamente,
    R.S.Merces

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  3. Eu considero livros de contos e antologias uma boa forma de fazer um primeiro contato e conhecer novos autores e em se tratando de uma antologia com vários autores escrevendo sobre um mesmo tema, por mais que os enredos sejam diferentes é muito interessante ver de qual maneira cada autor é capaz de abordar esse tema. Fiquei interessada por esse livro, gosto desse tipo de literatura e a capa também é bem impressionante.

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  4. Nossa, gostei muito da resenha. Os trechos do livro, me deixaram mais curioso ainda! Gosto de estórias de bruxas... Pretendo ler este livro agora!

    Bjs

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  5. Não conhecia o livro ainda, mas parece ser muito bom!!!

    Beijo,
    www.estanteseletiva.com

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  6. Olá,

    não conhecia essa obra, parece ser legal. Gostei bem da sua resenha, esses trechos me despertaram a curiosidade sobre o livro, acho legais as histórias de bruxarias. www.sagaliteraria.com.br

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  7. Oii *--*

    Não conhecia o livro. Confesso que não leria esse livro, acho esse tema de bruxaria "real" muito pesado, e sempre acabo de impressionado muito fácil. Apesar disso, gostei bastante da sua resenha, você soube expor muito bem seu ponto de vista sobre a obra.

    Bjos

    http://rillismo.blogspot.com.br/

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  8. Lilian, realmente é um livro bem diferente sobre bruxaria, nada parecido com que já vi ou li.
    Fiquei muito curiosa para ler, fiquei bastante intrigada.

    Lisossomos

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  9. Oee! Sou apaixonado por história, muito pela história das bruxas e este livro me interessou para xuxu U-U Não só digo que leria como também que pretendo assim que pintar a famosa: Grana.

    Abraço!

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  10. Confesso que adoro o gênero sobrenatural, mas a bruxaria é o que menos me agrada na literatura... Não sei, acho que pelos clichês que ela carrega e porque a magia acaba sendo imprevisível, sempre levando o enredo para outros caminhos inesperados. Isso me cansa. Mas notei que não é essa a proposta do livro. Não é falar de "magia", mas do que representa a bruxaria e as consequências de seu uso a depender dos objetivos. Curti.

    Beijos!
    http://www.myqueenside.blogspot.com

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  11. Olá, Lilian. Adorei a temática sobrenatural, ainda mais que é contada em forma de contos. Confesso que não conheço nenhum dos autores presentes no livro.
    Assim que eu tiver a oportunidade irei ler o livro, ótima dica!

    Beijo,
    http://www.pactoliterario.com/

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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