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A ambiguidade do silêncio - por João Estever

Semaforo by lidiacarrion




A ambiguidade do silêncio é como o amarelo de um semáforo: só cai para o impedimento, nunca para a livre passagem. Nunca vi semáforos a mudarem de amarelo para verde, mas sempre de amarelo para vermelho. Ver um sim no silêncio é passar com o amarelo: coisa arriscada, às vezes até um pouco forçada, condescendência de mulher perante o desejo do homem. Já um não augura maiores possibilidades de sucesso: poderá demorar muito, mesmo até uma vida, mas quando mudar será certamente para a cor da esperança.

(joão esteves, in do lado de fora, editora urutau. 2018)

12 comentários:

  1. Caramba! Esse me fez parar pra pensar. Analogia fantástica...
    E eu realmente nunca tinha reparado ou constatado essa questão do amarelo para o vermelho.
    PARABÉNS!! Uma pequena pérola para meu dia.

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  2. Poucas, mas perfeitas palavras.
    A analogia é perfeita, realmente interpretar o silêncio é quase sempre se dar mal mesmo.

    --
    Tiffannyk
    #thereviewbooks | @thereviewbooks
    http://thereviewbooks.com.br

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  3. cara, eu li esse textinho e fiquei pensando na frente do computador, nunca tinha pensado nisso. Essa analogia do amarelo pro vermelho, que surreal!!
    interpretar o silencio de alguém é algo tão dificil, porque eu sei o que o meu silencio significa, mas não posso nunca ter certeza do que significa o silencio do outro. que surreal isso!!

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  4. Concordo plenamente com o que disse, e há quem diz que quem cala consente será mesmo? O silêncio muitas vezes não diz nada, ora diz muito, porém quem irá arrisca passar pelo sinal amarelo e se deparar com o vermelho lá na frente. E arriscado, e corajoso. Amei o texto super reflexivo.

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  5. Oi, tudo bem? Gostei bastante do trecho, acho que faz a gente pensar em quantas coisas positivas acontecem que, talvez, não aconteceram por uma mera sorte ou acaso. Às vezes, a positividade é tao escassa que parece milagre hehe. E bem como ele disse, nos dá esperança. Adorei conhecer esse texto!

    Love, Nina.
    www.ninaeuma.blogspot.com

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  6. Olá, tudo bem? Caramba, que trecho mais inspirador e bem escrito! Não conhecia o escritor, mas só por esse trecho já pude notar a familiaridade que ele tem com as palavras. Adorei a postagem!

    Beijos,
    Duas Livreiras

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  7. Um excelente analogia, reflexiva e até necessária em dias que a falta de amor próprio parece falar mais alto, então que possamos ter essa esperança tão bem vinda. Texto maravilhoso.

    Abraços.

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  8. Olá, tudo bem? Que texto maravilhoso! Realmente nunca tinha pensando nessa perspectiva, e um bom paralelo para que entendamos o significado da proposta. Adorei!
    Beijos,
    http://diariasleituras.blogspot.com

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  9. Oi!

    Gostei da analogia, fiquei pensando aqui com o celular na mão durante uns bons minutos. Vale a pena a reflexão!

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  10. Olá

    Realmente o amarelo de aviso nunca vi. Claro que aquelas poucas exceções que temos um aviso de que algo ruim vai acontecer e nos preparamos, mas em 98% das vezes somos tomados pelo repentino e temos que viver com essa instabilidade, como num caso de morte inesperada - precoce - que nos choca e nos destrói.

    Beijos

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  11. Como pode um trechinho tão curto ser capaz de falar tanta coisa sobre nós mesmos, né? Impressionante isso. É bacana quando o autor propõe reflexões para além da literatura. Obrigada por esse post tão maravilhoso.

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  12. que lindo texto, Lili. Eu fico encantada toda vez que entro aqui. tu sabe disso <3

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O Poesia na Alma pertence ao universo da literatura livre, como um bicho solto, sem dono e nem freios. Escandalosamente poéticos, a literatura é o ar que enche nossos pulmões, cumprindo mais que uma função social e de empoderamento; fazendo rebuliço celular e sexo com a linguagem.

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